Samba 2023

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Samba 1

Meu primeiro traço despontou
Na tela branca de Olodumarê
Em minhas mãos o dom que vem do criador
Fiz a paz de Oxalá resplandecer
Linhas se encontram no painel
Destinos são traçados de um pincel
Matizes derramei em aquarela
E assim a natureza se revela
Verde mata de Oxóssi, Oke Arô!
Rosado céu de Oyá, rubro céu, Kaô!
Dourado de mamãe Oxum, Ora iê iê ô!
Beijando o azul do mar de lemanjá
Quem risca a pemba no chão sou eu
Quem firma o aluja sou eu
Da gameleira talhei a madeira
Pintei xirê de Orixá no Afonjá

Axé do sagrado padê
Do colorido que invade as ruas
Axé é a força da fé
É a farra de cada gravura
Meu olhar na fresta pra festa que não tem fim
Vai do dia Dois de Fevereiro à Lavagem do Bonfim
Revela a Bahia que vive em mim
Corre a tinta na cascata essa força ancestral
Faz do samba o retrato da coroa imperial
Gira baiana, minha inspiração
Reluz na imagem, dourada lalodé
Ao meu Império um quadro de amor
No canto assinado: Obá de Xangô
De todas as cores, das cores do Axé!

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Samba 2

Axé, firma o ponto no terreiro

Sob a luz da alvorada

Um olhar de inspiração

Traços do Obá colorindo em aquarela

De Olodumarê à criação

Pincéis bordando a natureza

Revelam verdes matas

De Oxóssi caçador

Sopram ventos de Oyá

Clareia o trovão de Xangô

E tão bela, Oxum

É tao bela

Salve a Rainha, Sereia do mar

Odoyá, lemanjá

Mão no couro do tambor, pé descalço na ladeira

Dia de roda, capoeira e Alujá

Toca o sino na Capela

Já benzi meu patuá

Vai ter xirê pra Orixá

Gira, baiana faceira, mexe a panela na feira

Ecoa seu canto em comunhão

“Oi!” Bate palma pra essa gente kizombar

A avenida é a tela, atabaque a ressoar

No colorido do riscado desse chão

Desço o morro da Formiga pra cantar em louvação

Oraiêiê, Mojubá, Ogunhê

Kabecilê Kaô

Meu Império da Tijuca traz axé ao grande Obá

Okê Okê Arô

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Samba 3

MEU POVO E LUNDU, E MACUMBA

É FORMIGA, É TIJUCA

DE TIÄOZINHO E SINVAL

E LUZ DE MARINHO DA MUDA, É BASTIÃO DA CULTURA

O ILE DO CARNAVAL

ATABAQUE ME LEVA A BAHIA, ONDE A NATUREZA CRIA

FILHA DE OLODUMARÊ

NAS CORES DO PORTENHO BAIANO

O CHÃO VAI TREMER

OXOSSI É O REI DA MATA, A MATA BALANÇA O VENTO

O VENTO DE IANSÁ NAS ÁGUAS..DE OXUM

TROVÃO DE XANGÔ CLAREIA

O CEU VAI ILUMINAR

A LUA NA MARÉ CHEIA DE IEMANJA

(BIS)

MAGIA ESTÁ NO 2 DE FEVEREIRO

NAS IGREJAS E TERREIROS

EM CADA FESTA POPULAR

UM PINGO DE COR NA MENTE DE UM PINTOR É DEVANEIO

TANTOS RABISCOS DO OBÁ

CHEIRO DE FEIRA, FEIJOADA NA PANELA

EM CADA TELA O CENÁRIO DA BAHIA

E A BAIANA VAI GIRAR NA PASSARELA

COM OS TAMBORES DESSA NOSSA SINFONIA

MEU IMPÉRIO DA TIJUCA,

E ARTE, RAÇA E FÉ

E ENERGIA, AXE

 

É SANTIDADE, É BATUQUE É CANDOMBLÉ

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Samba 4

Quando nada existia

Uma tela vazia

No infinito do criador

Olodumarê traçou a vida

Numa aquarela multicor

Axé abrindo todos os caminhos

O papel, a tinta encontrou

Habita o tronco e a raiz

Sem folha não há orixá

No verde da mata é Oxossi,

A dona do ouro é Oxum

lemanjá, rainha dessa imensidão azul

E no risco do obá, a arte em movimento

Chão de terreiro é pra plantar Assentamento

Firma ponto, candongueiro… deixa a gira girar

Abre a roda que o ilu toca a revolução

A semente germinou nas ladeiras

Nos batuques e em cada barracão

Ê, laroyê! Ê, Bahia..

De todos os santos, de todas as cores

Cortejos “em cantos” de tantos andores

Inaê, odoyá… na fé dos barqueiros

Tem flores no mar, dia dois de fevereiro

No tabuleiro tem dendê, acarajé

Tem batuque, tem axé na sinfonia imperial

Nessa avenida, a mais linda pintura

Leva a assinatura de um artista genial

Kaô….. cabecile, kaô

Kaô….. oba nixé, kaô

Chegou meu império no toque do tambor

No axé das cores do obá de Xangô

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Samba 5

Traços no compasso do infinito

Magia das cores ao som de tambores

Matizes se encontram na encruzilhada

A vida se cria, floresce nossa morada

Despontam os galhos no chão do Ayê

Toque de Olodumarê

QUANDO OXOSSI GIRA EM TERRA, É FLECHA DE GUERRA

ALASTRA O FOGO QUE ENTRELAÇA NO TROVÃO

GIRA YAÔ AO CANTAR DA BELA OXUM

NA IMENSIDÃO DO MAR, MEU VERDE BEIJA O AZUL

ELE É OBÁ DA CURIMBA FEITICEIRA

RISCA PONTO NO ALUJÁ, RISCA VIDA NA MADEIRA

Que dá um nó emanando sentimentos

Na palha tem orixá, é talha, assentamento

No couro mãos de sangue de Ogã

Padê pro santo, Atotô Xapanà

Ê erê na beira do Rio vermelho

Curumim deu gargalhada

Tem benjoim, água de cheiro

Na arte emoldurada

Império, resistência a cor da noite

O mestre-sala que nunca teme acoite

E QUANDO TINGEM VERDE E BRANCO NA AVENIDA

É CORTEJO DE VITÓRIA, DESCE O MORRO DA FORMIGA

FILHO DO AXÉ, PROTEGIDO DE OXALÁ

SOU IMPÉRIO DA TIJUCA, VOCÊ TEM QUE RESPEITAR

NESSA AQUARELA DESENHEI MEU PAVILHÃO

NADA APAGA NOSSA HISTÓRIA, É NOITE DE COROAÇÃO

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Samba 6

Caminhos abertos pro AXÉ

Orum-Ayê

Na imensidão de Olodumarê

Na tela o branco de Oxalá

Xeu epa babá, xeu epa babá

Raízes, aquarela, energia

Kosi ewê kosi orixá

É folha, seiva viva de Oxóssi

Traz força, ventania de Iansã

Um fogo justiceiro bem mais forte

Meu pai Ogum, mamãe Oxum

Guiando o amanhã

É água salgada de Odoyá

Águas sagradas de Yemanjá

Obá obá de Xangô

Risca esse chão

Assenta o orixá no xirê desse terreiro

Pinta meu corpo retinto macumbeiro

Tambor ô ô ô ô ogã

Tambor ô ô ô ô ogã

Evoca magia ancestral

Nas ladeiras, ritual

Colorida a Bahia é canjerê

Nuance de festa, emoldurada na fé

Gira baiana carregada de dendê

Eu sou de Jorge, cavaleiro de batalha

Do altar, da feijoada

Dos Matizes do amor

E me encontro no “Batuk” verde e branco

Minha arte é acalanto

Hoje o samba é multicor

Sobe o morro da formiga, filho de Odé

Faz do pincel o meu Ofá

Nas cores do axé

O Império da Tijuca vem sonhar

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Samba 7

CHEIO DE AXÉ.

IMPÉRIO DA TIJUCA VEM CONTAR.

HECTOR JULHO DE ENCANTOU

COM AS CORES DOS NOSSOS ORIXÁS

EMOLDUROU TODA BELEZA

DOS NOSSOS ANCESTRAIS

O DOURADO DE OXUM AMOR

O BRANCO DE OXALÁ A PAZ

A CRENÇA DO NEGRO BRILHOU NO PAPEL

NA BAHIA O ARTISTA QUANTA INSPIRAÇÃO

TEM FESTA O ANO INTEIRO

NA BATITA DO TAMBOR

NOS TERREIROS, PELAS RUAS

SALVA O OCA-IBÉ OXOCE E OBA DE XANGÔ

NO TOQUE DO BERIMBAU

NA ARTE DA CAPOEIRA

O ASTRO REI CLAREIA

O SAMBA É A RAIZ DA CULTURA BRASILEIRA